1995
Antonia
Holanda, Bélgica, Inglaterra
Holandês
102 min
Em minha opinião um filme bastante interessante, não somente pelo conteúdo, mas por ser holandês e falado em holandês. Trata-se de um filme que consegue uma mescla de cenas extremamente fortes (suicídio, estupro), com pitadas de comicidade.
Sinopses: O filme retrata com delicadeza o feminismo e a condição das mulheres num enredo que parte da vida de Antonia, uma mulher que volta à sua cidade natal logo após a Segunda Guerra para participar do enterro da mãe (cineinsite).
Definido como uma celebração da vida e da morte, esta co-produção entre Holanda, Bélgica e Inglaterra ganhadora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro vai além ao contar a história de uma encantadora geração de mulheres. Comandada por Antonia, a saga familiar atravessa três gerações, falando de força, de beleza e de escolhas que desafiam o tempo. Nesse universo conhecemos curiosos personagens, como o filósofo pessimista, a netinha superdotada, a filha lésbica, a avó louca, o padre herege, a amiga que adora procriar, a vizinha que sofre abusos sexuais e os muitos amigos que são acolhidos por sua generosidade (e-pipoca).
Antônia acorda e sabe que este é seu último dia de vida. No entanto, ela não está abalada. Faria tudo como sempre, chamaria os amigos e parentes, fecharia os olhos e morreria com o sentimento de dever cumprido.
Após essa breve apresentação, que é retomada mais tarde, voltamos ao passado para acompanhar a vida da matriarca Antônia, narrada por sua bisneta.
Antonia é uma personagem que vai se mostrando aos poucos. Quando ela regressa à sua cidade natal acompanhada pela filha Daniele, vinte anos depois de partir, elas não são muito bem recebidas no lugar, provavelmente devido ao passado de Antônia, que agora é viúva. Aos poucos, elas vão ajeitando suas vidas e conquistando as pessoas do lugar, que é cheio de problemas típicos de uma sociedade conservadora e cega. A rejeição torna-se ainda maior quando Daniele resolve ter um filho. Ela não quer casar e sai em busca de um pai apenas para gerar a criança. Quando sua barriga começa a aparecer, ela passa a atrair os olhos curiosos dos moradores e do padre que faz ironias durante a missa.
O tempo passa e a casa de Antônia vai se enchendo de gente: elas acolhem um deficiente mental que é maltratado pelas crianças da vila, a filha do vizinho - também deficiente -, abusada pelo irmão, e um viúvo cheio de filhos que quer se casar com ela. A casa de Antonia recebe todos os que precisam de sua ajuda, criando vínculos afetivos fortes entre pessoas muito diferentes, que se cuidam e se ajudam.
Muitas gerações se sucedem, a casa de Antônia se enche de crianças, e a solidariedade deles se sobressai naquela cidade hipócrita e conservadora, cheia de gente reprimida, que julga sem enxergar seus próprios defeitos.
Nesta família, o amor não tem barreiras. Ele é livre, surge para todos e aparece sob várias formas: Daniele se apaixona pela professora da filha, Antônia aceita visitas do vizinho apaixonado à noite, o capelão larga a batina para ficar com uma mãe solteira e os dois deficientes logo simpatizam um com o outro e casam.
A justiça também é um tema constante no filme. Antônia não espera por ela, mas executa-a com as próprias mãos, seja para defender seu círculo afetivo ou qualquer um que precise dela e não tenha a quem recorrer - mesmo que seus atos nem sempre sejam muito éticos. Mas quem deixaria de ser cúmplice de sua coragem quando poucos conseguem reagir?
É impossível não se sensibilizar com essas gerações de mulheres que estão muito à frente de seu tempo, que constroem um lar cheio de vida e lutam para sobreviver em meio aos destroços de uma existência sem muitos objetivos. Quando a morte chega, todos que partem vão com o coração tranqüilo, deixando apenas saudades e boas recordações.
O filme ainda conta com personagens peculiares, como a mulher que uiva para a lua cheia em busca de seu amor ou a filha superdotada de Daniele, que discute Schopenhauer aos 5 anos de idade. Os homens são mostrados como seres secundários, sem vontade própria, que são apenas conduzidos pela imposição das mulheres da casa e seus estilos de vida que vão se sobrepondo a cada geração.
A Excêntrica Família de Antônia, filme de Marleen Gorris, recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro de 1995, concorrendo com o brasileiro O Quatrilho (Cinestese).
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